Após estabilização, tartaruga-verde resgatada pelo PMP-BS/Univali é encaminhada para finalizar tratamento no Projeto Tamar
(Foto: PMP-BS/Univali)
Esta tartaruga-verde (Chelonia mydas) juvenil chegou muito debilitada e com suspeita de afogamento/asfixia na Unidade de Estabilização de Animais Marinhos da Univali, em Penha (SC), no dia 25 de agosto. A boa notícia é que o tratamento inicial feito por veterinários e uma equipe capacitada de biólogos e tratadores do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) foi efetivo. Estabilizada, a tartaruga seguiu no dia 22 de setembro para o Projeto Tamar, em Florianópolis, onde passará por uma nova etapa da recuperação e continuará o tratamento até a reabilitação completa, na tentativa de reintegrá-la à natureza.
A tartaruga-verde foi encontrada pelo Corpo de Bombeiros de Navegantes, na praia do Gravatá, e levada à Unidade de Estabilização de Animais Marinhos. O animal havia ficado preso em uma rede de pesca, estava desidratado, em choque e com suspeita de afogamento. Foram observados múltiplos tumores de pele benignos (fibropapilomatose), doença que também pode se manifestar nos órgãos internos e afetar a mobilidade e capacidade de ingestão de alimentos, causando prostração e debilidade.
A tartaruga foi prontamente atendida pela equipe do PMP-BS/Univali, onde passou por exame clínico para determinar sua integridade física, condição corpórea e estágio de desenvolvimento. Durante os quase 30 dias na estabilização, a tartaruga-verde respondeu lentamente ao tratamento, com administração de antibióticos, fluidoterapia endovenosa, glicocorticóides e suporte nutricional, além da limpeza diária dos ferimentos da pele. Assim que demonstrou melhora na recuperação, a equipe iniciou o processo de alimentação através de sonda. Mais animada e ganhando peso, a tartaruga voltou a nadar e afundar normalmente. Foram coletadas amostras de sangue para realização de hemograma e exames bioquímicos.
(Tartaruga-verde durante acompanhamento na Unidade de Estabilização de Animais Marinhos da Univali. Foto: PMP-BS/Univali)
Já estabilizada, a tartaruga seguiu para o Projeto Tamar, pois seu estado clínico ainda envolve cuidados diários, inclusive a observação da respiração e da flutuabilidade, que serão fatores importantes para uma tentativa de soltura. O animal receberá uma anilha metálica numerada, que servirá para identificação do indivíduo e monitoramento de vários aspectos biológicos no caso de sua recaptura.
Impacto das atividades humanas:
Ao se prender em redes de pesca ilegais próximas ao costão, a tartaruga marinha não consegue subir até à superfície para respirar, podendo se ferir gravemente ou morrer afogada. A pesca acidental de animais aquáticos é uma das principais ações antrópicas que ameaçam a fauna marinha, mesmo não sendo o alvo das pescarias. Outra causa de morte muito comum de tartarugas marinhas é a ingestão de lixo no mar, que é confundido com o alimento e pode causar obstruções intestinais.
Lembre-se:
Ao avistar animais marinhos mortos ou debilitados entre em contato com o PMP-BS pelo telefone 0800 642 3341. A ligação é gratuita e funciona diariamente das 8h às 17h30min.
O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural no Polo Pré-Sal da Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama. Esse projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos. O projeto é realizado desde Laguna (SC) até Saquarema (RJ), sendo dividido em 15 trechos. A Univali monitora o Trecho 4, compreendido entre Governador Celso Ramos a Barra Velha.
Atendimento à imprensa
Assistente de comunicação PMP-BS/Univali: Fernanda Vieira de Maria
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