Baleia-de-Bryde – Uma gigante desconhecida

Instituto Argonauta presencia um dos animais mais misteriosos do planeta na região da Praia do Poço, em Ilhabela (SP)

10 de agosto de 2017

Na semana passada a equipe de embarcados do Instituto Argonauta testemunhou um encontro com um dos animais mais misteriosos dos mares: a baleia-de-bryde (Balaenoptera brydei).
Desde agosto de 2015 até hoje, foram registradas 17 (dezessete) ocorrências envolvendo a espécie na região que abrange as cidades de Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba – área monitorada pelo Instituto Argonauta, através do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS).
Esta é a segunda espécie de Cetáceos mais avistadas pelos técnicos da instituição, perdendo apenas para a Jubarte com 28 registros. A grande diferença entre as ocorrências destas duas espécies está na época em que se aproximam da nossa costa. Enquanto as Jubartes ocorrem entre junho e agosto (período migratório), as Brydes podem ocorrer ao longo de todo o ano.
De acordo com pesquisadores, a identidade e a distribuição populacional desta espécie é totalmente indefinida, estando distribuída ao redor do globo no Pacifico, no Índico e no Atlântico. Com registros de ocorrência em mais de 150 países, elas podem medir até 14 metros de comprimento.
Há ainda, uma subespécie conhecida como baleia-de-Bryde-anã, que como o nome sugere, é bem menor, mas tão incompreensível quanto às gigantes.
“São pouquíssimos dados disponíveis na literatura sobre as baleias-de-bryde, o que torna o encontro com este animal ainda mais especial”, conta Hugo Gallo, oceanógrafo e presidente do Instituto Argonauta.
A Baleia-de-bryde pertence ao grupo de baleias que possuem barbatanas (subordem misticetos) como as azuis, as minkes e outras. Indivíduos adultos da espécie podem chegar a pesar cerca de 20 toneladas e sua dieta inclui peixes como anchovas, arenques e sardinhas, além de pequenos animais como o krill (abundante na Antártida e menu predileto de muitos cetáceos).
O PMP-BS é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural no Pólo Pré-Sal da Bacia de Santos.

O projeto é conduzido pelo IBAMA e coordenado pela Univali sob a responsabilidade do Instituto Argonauta no litoral norte do estado de SP.

De acordo com a IUCN não existem dados consideráveis para que haja uma compressão clara a cerca de uma possível ameaça de extinção à espécie.

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O Instituto Argonauta criou e mantém o CETAS, centro que atua no resgate, reabilitação e soltura da fauna aquática nas regiões da Ilhabela, Ubatuba, Caraguá e São Sebastião.
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Na literatura brasileira os argonautas estão representados no livro de Anna Flora “A República dos Argonautas”. Lá, os heróis gregos também partem para uma grande viagem em busca do velo de ouro com muita coragem e fé. Ao longo do livro os Argonautas são representados de uma forma metafórica, representando pessoas que vão em busca de seus ideais, não desistem e muito menos têm medo, sempre andando de cabeça erguida.

 

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