PMP-BS/Udesc confirma morte por afogamento de boto-pescador em Laguna (SC)

16 de agosto de 2019

Este é o segundo caso de morte de boto-pescador residente do complexo lagunar e o nono exemplar da espécie desde o início de 2019

A equipe do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS/Udesc) foi acionada para recolher o boto-pescador (Tursiops truncatus gephyreus) número 58, na Lagoa do Fundo, no bairro da Roça Grande em Imbituba (SC). O animal foi identificado pelo catálogo fotográfico de nadadeiras dorsais do Laboratório de Zoologia da Udesc em parceria com a UFSC.

Após nove horas de necropsia, a equipe veterinária detectou sinais de afogamento como a causa principal da morte. Não foram encontradas evidências de interações com petrechos ou artes de pesca que estivessem vinculadas ao afogamento. Foram coletadas inúmeras amostras para concluir o diagnóstico e investigar melhor o caso. O PMP-BS/Udesc terá respostas destes resultados em aproximadamente 60 dias.

Para surpresa dos veterinários, os órgãos e demais partes internas se encontravam saudáveis. As patologias de pele, recobrindo cerca de 30% da pele do boto, não ultrapassaram da musculatura do animal. Alguns casos reportados na literatura sugerem a latência do patógeno impeça a ampliação das erupções cutâneas, reiniciando a ampliação das erupções em casos de nova queda imunológica.

Popularmente conhecido como “perebento” ou “tapete”, o animal ganhou estes apelidos pelos pescadores devido a patologia fúngica que recobria o dorso do animal. A ocorrência desta patologia está associada a poluição aquática e depressão imunológica.

“Perebento” era um macho adulto de 3,34 metros de comprimento e 450 quilogramas (aprox.) que pertencia a população de botos-pescadores de Laguna, porém não interagia com os pescadores.

O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural no Polo Pré-Sal da Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama. Esse projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos. O projeto é realizado desde Laguna/SC até Saquarema/RJ, sendo dividido em 15 trechos. A UDESC monitora o Trecho 1 compreendido entre Laguna e Imbituba, e recebe animais para reabilitação e necropsia do Trecho 2, compreendido entre Imbituba e Governador Celso Ramos.

Caso encontre algum animal marinho vivo debilitado ou morto na orla das praias que vão de Ubatuba - SP até Laguna - SC lique para o 0800 642 3341