Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos registra aumento nos números de pinguins resgatados.
Litoral Norte catarinense foi a região com mais casos
Texto: Deborah Boeira
As equipes do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) registraram nos últimos dias um grande número de aves mortas e debilitadas nas praias do litoral catarinense e paranaense. Em uma semana foram contabilizadas mais de 400 aves, sendo o pinguins-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) a espécie com mais registros.
Nesta época do ano, entre maio e setembro, é comum que os pinguins sejam avistados no litoral brasileiro devido ao movimento migratório da espécie. Eles saem da Patagônia Argentina seguindo as correntes marítimas em busca de alimentos e de ambientes mais quentes. Boa parte dos animais que chegam ao Brasil é formado por indivíduos juvenis. Por ser uma longa jornada e um ambiente que não é familiar para os animais. muitos acabam encontrando dificuldades para se alimentar. São estes casos que acabam nas areias das praias debilitados ou mesmo mortos. “Com o monitoramento litorâneo diário realizado pelo PMP-BS é possível encontrar e tentar reabilitar estes animais que ainda estão vivos e também analisar as possíveis causas dos que são encontrados mortos”, explica o coordenador geral do PMP-BS Área SC/PR, André Barreto.
A Área SC/PR do PMP-BS coordenada pela Univali vai de Laguna (SC), até Pontal do Paraná (PR) e está dividida em seis trechos. Cada trecho é executado por uma instituição. São elas:
- Trecho 1 (entre Laguna e Imbituba): Udesc,
- Trecho 2 (entre Imbituba e Governador Celso Ramos): Instituto Australis,
- Trecho 3 (Florianópolis): R3 Animal,
- Trecho 4 (entre Governador Celso Ramos e Barra Velha): Univali,
- Trecho 5 (entre Araquari e Itapoá) Univille, e
- Trecho 6 (todo o litoral do Paraná): UFPR.
Foram os trechos 4 e 5, compreendidos no litoral norte catarinense, os que apresentaram o maior número com registros de pinguins. Entre os dias 16 e 18 apenas nesta região foram mais de 240 indivíduos encontrados. “Nos últimos três dias temos tido um aumento muito grande de pinguins em toda a área monitorada pelo PMP-BS, que vai de Laguna até o Paraná. Este aumento foi maior do centro para o norte do estado, entre Gov. Celso Ramos e Itapoá. Isto é esperado nesta época do ano, pois eles se originam do sul da Argentina e acompanham as águas frias que chegam com mais força na nossa costa nesta época”, complementa, André Barreto.
Caso encontre algum animal marinho na areia da praia, debilitado, ou morto, entre em contato imediatamente com o PMP-BS pelo telefone 0800 642 33 41. Quanto mais rápido a equipe chegar até o animal, maior a probabilidade de reabilitação.
E lembre-se! Os pinguins são animais silvestres e não estão acostumados com o contato com seres humanos. Não o alimente, não molhe, jamais coloque-o no gelo. Se ele saiu da água, pode estar cansado, desidratado, doente ou com a temperatura corporal baixa. Não o force a entrar na água! Mantenha distância e afaste os animais domésticos, eles podem transmitir doenças aos pinguins.
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O PMP-BS é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama. Tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos. O projeto é realizado desde Laguna (SC) até Saquarema (RJ), sendo dividido em 15 trechos.