Albatroz-de-sobrancelha-negra
Estamos com um paciente oceânico em reabilitação no Centro de Pesquisa, Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos (CePRAM/R3 Animal) sem a visão em um dos olhos. Trata-se de um albatroz-de-sobrancelha-preta (Thalassarche melanophris).
Ele foi resgatado pelo Instituto Australis no dia 21 de julho, próximo ao município de Biguaçu, durante o monitoramento embarcado realizado semanalmente na Baía Norte. O Instituto Australis nos acionou e nos entregou a ave em Canasvieiras, no Norte da Ilha.
Ao dar entrada no CePRAM a equipe veterinária da R3 Animal constatou que a ave estava com enoftalmia em olho direito (aprofundamento do globo ocular) e sem reflexo ao estímulo visual. Estava dispneico, com ectoparasitas (piolhos). Também tinha pododermatite bilateral discreta, além de estar bastante estressado.
De acordo com a médica veterinária Marzia Antonelli, durante o resgate a ave regurgitou um peixe, sinal de que se alimentava normalmente apesar da visão em apenas um dos olhos.
Uma análise mais aprofundada demonstrou que a lesão no olho direito é antiga. Além do olho estar bem cicatrizado, o albatroz reage bem aos estímulos visuais ao oferecermos peixe preso a extremidade de uma corda.
“O estímulo serve para simular a pesca de uma presa viva e em movimento. O albatroz teve um desempenho excelente em todos os testes que fizemos”, explica Marzia.
Ave está ativa, manteve a temperatura e apresentou ganho de peso. Foi transferida para o recinto externo, onde permanece durante o dia dentro da água. Ela continua em observação, realiza fisioterapia de nado e em processo de impermeabilização de penas. Ela aguarda o resultado de exames complementares que assegurem estar apta para voltar à natureza.
Assim como as outras espécies procelariformes, esse albatroz também é uma ave pelágica, ou seja, de hábitos oceânicos, buscam a terra firme apenas para acasalar e alimentar os filhotes.
Medem entre 83 e 93 centímetros de comprimento. A média de envergadura é de 2,4 metros.
Possuem olhos castanhos. O bico varia do bege-acinzentado com a ponta preta (imaturos e juvenis) e vai clareando até chegar ao amarelo-alaranjado com a ponta avermelhada (adultos).
Habitam a região circumpolar dos oceanos do Sul. Nidificam nas Ilhas Staten, Malvinas/Falklands, Geórgia do Sul, Arquipélago de Kerquelen, Ilha Heard, Ilhas Antípodas, Macquarie e Cambbell.
Costumam seguir e interagir com barcos pesqueiros em busca de alimento, e acabam capturados sem a intenção ao tentarem se alimentar de iscas durante a pesca de espinhel (captura incidental – bycatchl). Alimentam-se de lulas, sardinhas e krills (animais invertebrados da família dos camarões).
📱Caso aviste um mamífero, ave ou tartaruga marinha debilitada ou morta na praia, ligue 0800 642 3341, das 7h às 17h. Sua ajuda é fundamental para salvar vidas!
➡️O CePRAM/R3 Animal fica localizado no Parque Estadual do Rio Vermelho, unidade de conservação sob responsabilidade do Instituto do Meio Ambiente (IMA-SC), em parceria com a Polícia Militar Ambiental.
➡️O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama, das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos.
➡️O objetivo do PMP-BS é avaliar possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos encontrados mortos.
➡️O PMP-BS é realizado desde Laguna/SC até Saquarema/RJ, sendo dividido em 15 trechos. Em Florianópolis, o Trecho 3, o projeto é executado pela R3 Animal.
.
.
.
.
Atendimento à imprensa
Assistente de comunicação PMP-BS/R3 Animal: Nilson Coelho
Contato: nilsonjcoelho@gmail.com / (48) 3018-2316 / Facebook