Estabilização de aves marinhas: conheça alguns procedimentos importantes

6 de novembro de 2019

Momentos ao ar livre no recinto são importantes para restabelecer a integridade física das aves marinhas, permitir maior amplitude dos movimentos e ainda favorecer o bem-estar. No vídeo abaixo é possível conferir algumas espécies resgatadas e tratadas pela equipe da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), por meio do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS). Os animais foram encaminhados para a Associação R3 Animal, instituição executora do PMP-BS em Florianópolis (SC), onde continuarão com os procedimentos de recuperação até que estejam prontas para voltarem a natureza.

Percebe alguma coisa de diferente no vídeo? Repare que cada espécie está sob uma superfície diferente. Você sabe por quê? A intenção é “imitar” as áreas que as aves estão acostumadas a pousar, assim prevenimos lesões de apoio nas patas. Conheça algumas características que são importantes para a estabilização de aves marinhas debilitadas:

Fragata (Fregata magnificens): Conhecida como tesourão, essas aves têm o hábito de voos rasantes para capturar os peixes que estão próximos da superfície ou mesmo roubando de gaivotas mais distraídas. Como não costumam mergulhar, suas patas possuem membrana interdigital pouco desenvolvida e dedos compridos que servem para fixar-se nos arbustos das árvores.

Atobá-pardo (Sula leucogaster): Ao contrário das fragatas, os atobás são feras no mergulho! Considerados excelentes pescadores, vislumbram o peixe de grandes altitudes e de lá despencam, numa linha vertical em mergulhos profundos! Para voltar à superfície, utilizam suas “patas de ganso” para dar impulso.

Gaivota (Larus dominicanus): Recebem esse nome devido à semelhança de seu porte e plumagem, uma alusão às vestimentas brancas e pretas dos frades dominicanos. Você já deve ter visto elas caminhando pelas praias, em busca de alimento tanto na água quanto na faixa de areia. Por esse motivo, suas patinhas são adaptadas para os dois tipos de ambiente e possuem “almofadinhas” que amortecem o impacto das caminhadas matinais.

Pinguim-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus): Alô hermanos! Essas fofuras viajam muito para nos visitar. Saem lá da Argentina e Chile e nadam atrás de peixes e lulas que ficam na nossa região. Já reparou que seu corpo se assemelha a um torpedo? Esta característica é pura hidrodinâmica e os torna muito ágeis embaixo da superfície. Mas não se engane, eles não vivem no gelo. Fazem seus ninhos no chão ou em tocas, por isso suas patinhas precisam ser fortes para cavar e escalar.

Ao encontrar um animal marinho debilitado ou morto nas praias, entre em contato com o PMP-BS pelo telefone 0800 642 3341. A ligação é gratuita e funciona diariamente das 8h às 17h30min.

O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural no Polo Pré-Sal da Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama. Esse projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos. O projeto é realizado desde Laguna (SC) até Saquarema (RJ), sendo dividido em 15 trechos. A Univali monitora o Trecho 4, compreendido entre Governador Celso Ramos a Barra Velha

Atendimento à imprensa
Assistente de comunicação PMP-BS/Univali: Fernanda Vieira de Maria
Contato: fernandavieira@univali.br / (47) 3341-7960 / Facebook

Caso encontre algum animal marinho vivo debilitado ou morto na orla das praias que vão de Ubatuba - SP até Laguna - SC lique para o 0800 642 3341