Fragata resgatada na praia da Enseada não resiste à interação com petrecho de pesca
Apesar de todos os esforços em ações de educação ambiental e na rotina diária do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), nem sempre os casos atendidos pelo Instituto Gremar resultam no desfecho esperado.
Infelizmente, um exemplo recente foi o óbito de uma fragata fêmea (Fregata magnificens), que havia encalhado na Praia da Enseada, no Guarujá, no dia 11 de novembro. O animal apresentava quadro de exaustão, estava abaixo do peso e com temperatura corporal aquém do normal.
Nossa equipe ainda tentou estabilizá-la com colchão térmico e aquecedor de ambiente, mas ela não resistiu.
A necropsia realizada em nossa Base de Reabilitação apontou a causa de sua morte e, mais uma vez, a certeza de que ela poderia ter sido evitada: exames revelaram que um anzol estava alojado em seu esôfago.
Trata-se, portanto, de mais uma vítima do descarte inadequado de petrechos de pesca, uma das principais causas de encalhes e óbitos de aves marinhas e tartarugas em nosso litoral. A realidade é implacável: enquanto a consciência ambiental não deixar de ser exceção para se tornar regra, outros animais estarão condenados ao mesmo desfecho.
O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) foi desenvolvido para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural no Polo Pré-Sal da Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama.
Seu objetivo é avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos.
O Gremar é uma das instituições que integram o projeto em sua chamada Fase 1. Possui base em funcionamento no Guarujá, podendo ser contatado pelo telefone 0800-642-3341 e 13 99711-4120 (24h).
