Pinguim-de-Magalhães com ferimento na cabeça recebe tratamento inovador
No dia 14 de agosto, a equipe da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) recebeu um acionamento via Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) que vinha da Praia do Mar Grosso, em Laguna (SC). Tratava-se de um pinguim-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) que, segundo a médica veterinária Nicole Nigro, apresentava uma laceração importante na região posterior da cabeça, com exposição da musculatura cervical e parte do crânio.
O animal foi encaminhado para a Unidade de Estabilização de Fauna Marinha da Udesc onde recebeu tratamento veterinário. Foi realizada uma limpeza e curativo diário da ferida, com o objetivo de diminuir a contaminação do local e prevenir uma possível infecção. O pinguim foi medicado para diminuição da dor e ganhou suplementos para melhorar a condição nutricional. “Apesar da lesão, o animal não teve nenhum sinal de traumatismo craniano”, acrescentou Nicole.
Com o sucesso na estabilização, o pinguim foi encaminhado para a Associação R3 Animal, instituição executora do PMP-BS em Florianópolis (SC), para continuar com o processo a reabilitação. A equipe veterinária da R3 Animal utilizou uma técnica inovadora aplicando uma pele sintética, chamada hidrocolóide, para ajudar com o processo de cicatrização e reconstrução dos tecidos.
Segundo a médica veterinária Marzia Antonelli, o hidrocolóide interage com o exsudato da ferida criando um microambiente. “Isso ajuda no processo curativo e promove a passagem de bactérias a partir da cobertura, evitando, nas épocas mais quentes, a aproximação de moscas. A proteção ainda reduz a exposição da área contaminada, reduzindo também o uso de antibiótico”, explica. Quando alcançar um bom quadro de saúde e reabilitação, o pinguim deve ser devolvido à natureza nos próximos meses pela equipe da R3 Animal.
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O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural no Polo Pré-Sal da Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama. Esse projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos. O projeto é realizado desde Laguna (SC) até Saquarema (RJ), sendo dividido em 15 trechos. A Udesc monitora o Trecho 1 compreendido entre Laguna e Imbituba, e recebe animais para reabilitação e necropsia do Trecho 2, compreendido entre Imbituba e Governador Celso Ramos.
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