Pinguins passam por transfusão de sangue

14 de agosto de 2020

Os pinguins-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) que encalham na costa brasileira, entre meados de outono e o início da primavera, na sua grande maioria são juvenis (estão em seu primeiro ano de vida). Eles chegam debilitados, desidratados e também anêmicos. No último caso, quando há um quadro de anemia grave e não responsiva, uma das alternativas de tratamento é a transfusão sanguínea.

Esse método consiste em transferir sangue de um animal clinicamente saudável (doador), de preferência da mesma espécie, para o paciente crítico com anemia (receptor).

“O doador através do sangue fornece hemácias, proteínas plasmáticas e fatores de coagulação que trazem benefícios imediatos ao receptor. Tanto doador como receptor precisam ser monitorados durante o procedimento”, explica a médica veterinária Marzia Antonelli, responsável técnica do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), junto à R3 Animal, em Florianópolis.

A R3 Animal já tinha um grupo de pinguins fortes e saudáveis que passaram pelo período de reabilitação e estavam quase prontos para serem liberados. “Portanto, foi escolhido um pinguim que apresentava ótima condição corporal e resultados sanguíneos excelentes para doação do sangue”, conta Marzia.

Após o procedimento, o doador recebeu reposição através de fluidoterapia e voltou para o recinto com os demais e o receptor ficou em observação devido ao quadro delicado.

Marzia explica que diversos fatores podem levar à anemia, principalmente a desnutrição e a parasitose, que causam perdas sanguíneas gastrointestinais. Além de cansaço e prostração devido à falta de oxigenação causada pela pouca quantidade de sangue, a anemia pode comprometer funções de órgãos e do sistema imunológico, por isso é uma alteração que deve ser corrigida.

Na maioria das vezes essa correção é realizada através da reposição e suplementação nutricional, porém, em casos mais graves utiliza-se a transfusão sanguínea.

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➡️O Centro de Pesquisa, Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos (CePRAM/R3 Animal) fica localizado no Parque Estadual do Rio Vermelho, unidade de conservação sob responsabilidade do Instituto do Meio Ambiente (IMA-SC), em parceria com a Polícia Militar Ambiental.

➡️O PMP-BS é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama, das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos.

➡️O objetivo é avaliar possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos encontrados mortos.

➡️O PMP-BS é realizado desde Laguna/SC até Saquarema/RJ, sendo dividido em 15 trechos. Em Florianópolis, o Trecho 3, o projeto é executado pela R3 Animal.

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Atendimento à imprensa
Assistente de comunicação PMP-BS/R3 Animal: Nilson Coelho
Contato: nilsonjcoelho@gmail.com / (48) 3018-2316 / Facebook
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