No último dia 03 de setembro, os técnicos de campo da equipe do PMP-BS/Univille encontraram um golfinho-pintado-do-Atlântico (Stenella frontalis) morto ainda em rigidez cadavérica (sinal reconhecível de morte ocasionando o endurecimento dos músculos do corpo do animal), na Praia Grande, em São Francisco do Sul, região norte de Santa Catarina. O animal, um macho com 2 metros de comprimento total e aproximadamente 120 quilos foi transportado para a Unidade de Estabilização de Animais Marinhos da Univille para realização de necropsia.

Segundo o médico veterinário Diogo Cristo, o afogamento foi a principal causa da morte deste animal sendo constatada a presença de líquido espumoso dentro dos brônquios, secreção catarral na traqueia e inflamação no intestino. Durante a necropsia foram coletadas diversas amostras que serão enviadas para laboratórios especializados. Daqui aproximadamente 30 dias, a equipe de veterinários receberá os laudos dos exames complementares e identificará outros fatores que também podem estar associados à sua morte.

O golfinho-pintado-do-Atlântico possui hábitos exibicionistas e de interação. Costumam aproveitar as ondas das embarcações para nadar e saltar nas águas, por isso sofrem com a interferência humana. Este golfinho é uma espécie, como o próprio nome diz, que ocorre apenas no oceano Atlântico. Vive entre a costa de Santa Catarina e o nordeste brasileiro e no golfo do México e Caribe. Alimentam-se basicamente de peixes e lulas e geram um filhote a cada dois ou três anos, numa gestação de aproximadamente 11 meses. A principal característica da espécie é a presença de pintas claras no dorso e escuras no ventre. A intensidade dessas pintas aumenta com a idade.

O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural no Polo Pré-Sal da Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama. Esse projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos. O projeto é realizado desde Laguna/SC até Saquarema/RJ, sendo dividido em 15 trechos. A Univille monitora o Trecho 5, compreendido entre Araquari e Itapoá.