Quatro tartarugas-de-couro encalham sem vida em menos de uma semana no litoral sul catarinense

16 de outubro de 2019

Os números chamaram a atenção da equipe da Udesc, instituição executora do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS). Em quatro anos de projeto, a equipe da Udesc somou somente três registros desta espécie de quelônio. Só nesta última semana encalharam quatro tartarugas-de-couro (Dermochelys coriácea) em dias quase consecutivos.

Os registros ocorreram nos seguintes dias e praias:
• 22 de setembro, em Praia Grande, Laguna (SC)
• 3 de outubro, em Jaguaruna (SC)
• 4 de outubro, na praia do Gi, em Laguna (SC) – Animal registrado durante a rotina de monitoramento. Em avançado estado de decomposição foram coletadas amostras e parte do esqueleto.
• 5 de outubro, na praia de Itapirubá Sul, em Laguna (SC) – Registrada durante a rotina de monitoramento em avançado estado de decomposição.

Segundo a médica veterinária do PMP-BS/Udesc, Nicole Nigro, todas as tartarugas-de-couro estavam em avançado estágio de decomposição, o que dificultou o diagnóstico da causa da morte. No exame externo não foram encontradas evidências de interação antrópica, como anzóis, resíduo sólido, marcas de rede ou óleo. Foram coletadas amostras para determinação de idade dos animais e para possíveis estudos posteriores. Eventos como estes de encalhes próximos não são comuns.

A tartaruga-de-couro é um quelônio que ocorre raramente no litoral de Santa Catarina, pois é um animal oceânico. E considerada vulnerável no mundo inteiro e em grande perigo de extinção no Brasil. A única área de desova conhecida na costa brasileira se encontra no litoral de Espírito Santo, próximo à foz do Rio Doce.

Chama-se tartaruga-de-couro devido à sua carapaça, que é composta por uma camada de pele fina resistente e milhares de pequenas placas ósseas, formando sete quilhas ao longo do comprimento. Também é chamada popularmente como tartaruga-gigante, pois pode alcançar 178 centímetros de comprimento curvilíneo da carapaça e aproximadamente 400 quilos, segundo informações do Projeto Tamar.

Caso encontre algum animal marinho vivo ou morto, entre em contato conosco pelo telefone 0800 642 3341. Sua ajuda é fundamental para salvar vidas!

O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural no Polo Pré-Sal da Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama. Esse projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos. O projeto é realizado desde Laguna/SC até Saquarema/RJ, sendo dividido em 15 trechos. A Udesc monitora o Trecho 1 compreendido entre Laguna e Imbituba, e recebe animais para reabilitação e necropsia do Trecho 2, compreendido entre Imbituba e Governador Celso Ramos.

Atendimento à imprensa
Assistente de comunicação PMP-BS/Udesc: Santiago Anguita
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